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É impossível ignorar o assunto do momento, principalmente depois que passou a dominar as timelines de todas as redes sociais e de todos os ambientes de discussão sobre design no mundo. Após meses testando e por que não brincando com as ferramentas disponíveis, gerando centenas de imagens e textos, participando de cursos sobre IA voltado ao design, uma coisa ficou bastante clara: não temos futuro na área sem inteligência artificial. Porém, é inegável que o talento permanece relevante na profissão.

Ao considerar os seres humanos como animais biológicos, podemos ver claramente a importância das ferramentas. Elas aumentam nossa capacidade de ver, lançar e pegar. Ajudando todos nós a fazer tudo melhor e mais rápido. Os avanços na tecnologia robótica, inteligência artificial e máquinas permitem que qualquer processo linear escrito e repetitivo seja realizado com maior facilidade, sem a necessidade de interferência humana. Mas os humanos precisam colaborar criativamente para construir algo interessante e novo, e as centenas de ferramentas modernas estão ajudando nisso. A tecnologia é a alavanca, e mais do que nunca vamos precisar de humanos para executar essas tarefas com excelência criativa.

A IA nos ajudará a sermos mais eficazes, trabalhar com deadline mais apertados, executar tarefas repetitivas mais rapidamente e automatizar muito nosso trabalho manual. Finalmente vamos recuperar parte desse tempo e recursos que perdemos devido a prazos absurdos. Isso abre espaço para focar em ideias melhores e mais criativas. Não vamos mais precisar de repetir processos a cada novo projeto sempre começando à partir de uma página vazia, agora teremos insumos logo na largada de cada trabalho.

A boa notícia é que não existe a má notícia

A boa notícia é que a Inteligência Artificial não vai te substituir, mas o problema é que quem dominar essas tecnologias baseadas em IA terá grandes vantagens no mercado, ou seja, não existe má notícia : ). Se você ainda não começou a se atualizar, e não buscou aprender alguma dessas ferramentas baseadas em IA, logo ficará para trás. No futuro bem próximo, terá que correr atrás para alcançar os demais e entender ferramentas complexas (como já foi o caso de programas como Photoshop ou Indesign lá no passado).

Tenho um conselho que dou sempre aos meus amigos: em vez de gastarem uma hora vendo séries ou conteúdos digitais, invistam essa hora na aprendizagem de ferramentas de Inteligência Artificial. Além de desenvolver novas habilidades, será divertido brincar com esses recursos.

Me divirto observando como produtos simples podem ser redesenhados se inspirando em organismos vivos. Para isso, utilizo ferramentas de Inteligência Artificial para realizar testes, tanto os reais quanto os absurdos, que me ajudam a verificar até onde essa “suposta” inteligência artificial pode chegar.

Humanos sabem melhor o que os humanos querem

A melhor maneira de saber o que as pessoas querem é conversar com elas e entender suas necessidades. E é isso que essas ferramentas fazem, elas estão nos ouvindo. O avanço dos modelos populares de Inteligência Artificial Generativa, como o chatGPT, Stable Diffusion e Mijdjourney pode nos fazer pensar que o uso da IA é algo recente. No entanto, quando olhamos para o passado, percebemos que já utilizávamos recursos AI há muito tempo. Quem nunca utilizou scripts e plugins do Photoshop? Esses são exemplos claros de inteligência artificial pura.

O principal desafio criativo é sair do caminho que o nosso cérebro naturalmente segue. Precisamos ter consciência disso para conseguir soluções realmente criativas e inovadoras dentro da experiência, evitando modelos ultrapassados e tendenciosos. Precisamos revisar essa abordagem com frequência para entregar resultados notáveis.

O maior desafio que a tecnologia atual traz é o entendimento estético. As incríveis imagens geradas que se destacam podem esconder a maioria absoluta de materiais que são produzidos a partir da preguiça e o mal gosto e que ainda vão continuar existir : ) por isso, há riscos de baixa qualidade dos dados e resultados tendenciosos. Mas nada é tão diferente do que já fazemos há décadas – são os velhos problemas, agora com a colaboração de um robô. Escrevi aqui um outro arquivo sobre os danos que viés em IA podem causar.

Conclusão

O sucesso do processo de design baseado em IA depende de muitos fatores, incluindo as configurações, a definição do modelo generativo e a especificação dos objetivos e suas restrições. A simples execução de um algoritmo não garantirá um bom resultado do projeto. Resumindo, é necessário antes de mais nada saber como pedir para que a máquina possa executar.

O design generativo aproveita a inteligência artificial e aumenta a capacidade computacional para automatizar aspectos do processo de design, permitindo que os designers se concentrem nas partes mais criativas do design enquanto o computador elabora os detalhes.

Estes exercícios me ensinaram que a Inteligência Artificial é apenas uma ferramenta, e ainda precisamos de mentes humanas inteligentes e criativas para tirá-la do papel. Ao invés de ser vista como uma ameaça, ela pode ser usada para entregar melhores resultados nos nossos trabalhos. Eu sou muito mais otimista em relação à parceria entre humanos e Inteligência Artificial. Ainda vamos precisar por um bom tempo de humanos inteligentes e criativos para fazê-la funcionar!