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No século passado o melhor método para desenvolver um produto era o cascata (waterfall), onde era necessário planejar tudo detalhadamente antes de lançar, esse método é utilizado desde a Segunda Guerra Mundial e ganhou força no mercado a partir da década de 1970, tornando-se a metodologia tradicional de planejamento e desenvolvimento de software.

O método Cascata ou Waterfall é um planejamento fluido, em que cada etapa desencadeia outra. É como água correndo por uma cachoeira. Por isso, este método não permite erros ou alterações. Se as próximas etapas não se desenvolverem de maneira adequada, todo o projeto deverá ser refeito.

Mas por que fazia sentido utilizar esse método lá no século passado?

  • O ritmo de mudança era lento e quando o produto fosse lançado o mercado provavelmente ainda era o mesmo
  • As possibilidades tecnologias era limitadas e caras dificultando as experiências e testes

Esses métodos tradicionais foram considerados os vilões dos projetos de software, pois geravam alto custo, mais tempo gasto no planejamento, retrabalho, e demora para iniciar as entregas ao cliente.

Hoje a velocidade de mudanças é altíssima e se demorarmos para lançar um produto ele provavelmente já estará obsoleto. Além disso a tecnologia está cada vez mais barata e abundante, facilitando o desenvolvimento e testes.

Já o Scrum, o Kanban e outras metodologia ágeis ajudam o time a ser eficiente na forma de trabalhar. Entretanto, muitas empresas, mesmo sendo ágeis, rápidas e eficientes, não conseguem alcançar os resultados esperados. Então por que ágil não resolve tudo?

A Lean Inception é um método enxuto para alinhar pessoas e ajudá-las na construção do produto certo, que é planejado por partes (MVPs). O método foi criado pelo consultor brasileiro Paulo Caroli e tem ajudado milhares de empresas pelo mundo a conseguir um planejamento enxuto em 5 dias. Esse workshop compreende uma sequência de atividades feito com o uso de técnicas de Design Thinking e Lean StartUp que promovem o alinhamento e definição de objetivos, estratégias e o escopo do produto.

O Lean inception se trata exatamente de uma metodologia que ajuda a acelerar a oferta de soluções de forma contínua e consistente, sempre englobando dois eixos fundamentais: os objetivos do negócio e as necessidades dos usuários.

Mas o que é um MVP?

O MVP é a sigla em inglês para Minimum Viable Product, ou produto mínimo viável. Esse é um conceito bastante conhecido no ramo das startups e se trata da versão mais simplificada de um produto – o qual se apresenta em um estágio mínimo de desenvolvimento, porém com viabilidade garantida.

Diferente da versão final de um produto, que leva muito tempo de planejamento, análise e elaboração até o seu lançamento, o MVP pode ser lançado aos poucos, em partes menores e menos elaboradas. Desse modo, ele vai ganhando novas funcionalidades nas próximas etapas.

Isso ajuda a empresa a saber se está no caminho certo e qual o próximo passo a ser dado na elaboração do produto até entregar uma versão final o mais eficiente possível – sem correr o risco de despender tanto tempo e recursos em algo que, no fim das contas, não atinja o nível de satisfação esperado.

O que é Lean Inception?

Lean Inception é um workshop colaborativo, com o intuito de alinhar um grupo de pessoas sobre a proposta de solução a ser construída, ou seja, sobre o Produto Mínimo Viável (MVP).

A Lean Inception propõe um processo colaborativo de descoberta e esclarecimento no qual as pessoas envolvidas trabalham juntas em uma sequência de atividades para compreender opções e elaborar o MVP.

O Lean Inception é uma maneira eficaz de alinhar a equipe em torno do planejamento de um MVP , buscando alinhar os conhecimentos técnicos e de negócio que os membros do time detém.

A palavra Lean significa enxuto, no sentido de ser econômico; já a palavra Inception significa começo. É através desse “começo enxuto” que podemos lançar um produto com agilidade e investimento baixo.

Podemos dizer que o Lean Inception é uma metodologia Made in Brazil. Ela foi criada por Paulo Caroli, que contava com uma vasta experiência no desenvolvimento de produtos digitais, trabalhando por mais de 10 anos no Vale do Silício, e conseguiu elaborar uma forma de tornar esse trabalho mais rápido e eficaz.

Por meio da sua expertise, ele foi capaz de identificar alguns pontos em comum nas etapas que antecedem o desenvolvimento tradicional de um produto. Uma das semelhanças está na necessidade de alinhar a área de negócios e a área técnica.

Inspirado pelos métodos Lean Startup e Design Thinking, ele começou a aplicar a Inception em seus projetos e compartilhar os resultados num blog.

Com o passar do tempo, diversas pessoas começaram a experimentar essa nova metodologia, divulgando seus feedbacks. E foi assim que a Lean Inception se transformou em um verdadeiro movimento no Brasil, posteriormente se espalhando pela América Latina e pelo mundo.

Para quem o Lean Inception é indicado?

O público alvo indicado para realizar o treinamento de Lean Inception, são:

  • Agile Coaches
  • Product Owners
  • Scrum Masters
  • User Experience
  • Analistas de negócio
  • Empreendedores

Agenda de uma Lean Inception

O desenvolvimento de um produto utilizando o método Lean Inception ocorre no decorrer de uma semana e, por isso, a agenda de um Lean Inception é definida de segunda a sexta.

A agenda de um Lean Inception é para que sejam possíveis a organização e a gestão do tempo das Inceptions. Dentro da agenda existem algumas premissas para seguir durante os 5 dias da Inception. Mas essa quantidade de dias pode variar de acordo com a solução e disponibilidade dos envolvidos, para isso há uma agenda que deve ser adotada com toda a metodologia que irá ser abordada com os horários e as ferramentas utilizadas.

Para conhecer melhor o que deve ser discutido a cada dia da semana, você vai conferir a seguir todos os compromissos.

Segundo Paulo Caroli, o Lean Inception funciona como uma receita. Devemos seguir um passo a passo em que todas as 9 atividades são ingredientes importantes. O ideal é que esse processo ocorra ao longo de uma semana, com as atividades sequenciadas.  Supondo que o workshop irá durar 5 dias, tempo mais recomendado, mostramos abaixo como essas atividades podem se encaixar numa agenda de Segunda a Sexta-Feira:

Dia 01 – Segunda 

1. Visão do Produto

Os participantes do Lean Inception são apresentados e orientados sobre o objetivo e necessidades da atividade e então começam a discutir sobre a Visão do Produto.

2. É, não é / Faz, não faz

Assim como no passo anterior, essa atividade é mais focada no negócio. Aqui, é preciso definir o que o produto é, o que ele faz, o que ele não é e o que não faz. A ideia é ter mais clareza, tanto para quem vai desenvolver o MVP quanto para apresentá-lo ao público futuramente.

Dia 02 – Terça 

3. Definição da Persona

Essa atividade se concentra em UX (experiência do usuário). Neste momento, a equipe faz a criação de persona, lançando ideias de pessoas que podem se interessar naquele produto. Para isso, é definido nome, perfil de identidade, comportamento, interesses e necessidades desse usuário.

4. Funcionalidades

Chegou a hora de fazer o brainstorming das funcionalidades pensadas para aquele produto. O grupo deve responder o que o produto precisa ter para atender as necessidades da persona.

Dia 03 – Quarta 

5. Revisão técnica de UX e de negócios

Nesse passo, você vai utilizar  um gráfico que mede a confiança entre o que fazer e como fazer. É o momento de alinhar os atributos técnicos e do negócio para nivelar as features . Quanto mais acima e à direita uma funcionalidade estiver no gráfico, maior será a sua prioridade.

6. Jornada do usuário

É preciso ter o entendimento de quais passos o usuário percorre para executar o objetivo utilizando o produto. Ao fazer a jornada, o time vai esclarecer o que acontecerá antes, durante e depois da interação do usuário com o produto.

Dia 04 – Quinta

7. Features de jornada

Logo após a criação da jornada do usuário, é importante que elas sejam relidas para verificar se deve haver alterações para melhor atender ao  cliente. Esse momento é muito importante porque a primeira definição das funcionalidades, lá na terça-feira, ainda não considerou a persona e sua jornada, que já devem estar bem desenhadas.

8. Sequenciador

O time organiza um conjunto de guias com funcionalidades priorizadas, as quais servirão como base para a criação do seu MVP. Para isso, todas as funcionalidades são escritas e postas em ordem decrescente de importância. Depois, é preciso que se chegue a um consenso sobre até qual funcionalidade será incluída no produto, considerando tempo, recursos e viabilidade.

Dia 05 – Sexta

9. Canvas MVP

No último passo  acontece o preenchimento do MVP Canvas, que é onde a validação das ideias acontece. Na ferramenta há espaços para inserir a visão do produto, persona, jornadas, features, custos e agenda, resultados esperados e métricas para validação das hipóteses de negócio.

Por que criar uma Lean Inception?

O Lean Inception é uma resposta às urgências de criar um produto que seja entregue o mais rápido possível, mas ainda atenda às metas do negócio e às necessidades do cliente.

Indo além disso, o Lean Inception favorece o trabalho do time! Durante o Workshop Lean Inception, todos os participantes ganham a percepção de pontos importantes em torno de um produto:

  • Qual é o seu objetivo;
  • Quem é o usuário final;
  • Qual é o seu escopo.

Ou seja, o Lean Inception oferece uma visão panorâmica sobre o MVP para toda a equipe, e dessa forma todos podem avaliar se ele é funcional, usável e se vai agregar valor para o usuário final.

O Lean Inception ainda permite, por exemplo, dividir as atividades entre o time para construir o produto de forma mais consolidada.

Pela forma como são distribuídas e organizadas as atividades dentro da metodologia, elas se tornam muito objetivas e fáceis de compreender. O Lean Inception ainda contribui para uma gestão mais colaborativa!

Segundo o próprio Paulo Caroli, o comprometimento, o relacionamento e o compartilhamento entre os participantes do processo é uma das atividades mais importantes entre todas que permeiam o método.

Conclusão

Não é mais necessário desperdiçar tempo, dinheiro e recursos criando o produto errado. Está fora de cogitação passar meses (ou até anos) apontando para um alvo bem distante para, depois de algum tempo, perceber que errou. A Lean Inception foi criada justamente para evitar que esse desperdício ocorra e também para otimizar e direcionar o seu trabalho. Ela auxilia para alinhar as pessoas sobre o resultado: o produto (mínimo e viável).

Ao final do workshop é bem provável que o time tenha uma boa noção de como construir a solução a partir das informações extraídas. Mas antes disso, ele atinge a mentalidade do time criando o alinhamento com uma proposta de agilidade e inovação constante, atingindo todos os interessados, desde os product ownersstakeholders, usuários finais e os desenvolvedores da solução.  Isso só ocorre, porque a Inception é uma atividade de imersão valiosa para o engajamento de todo o squad com resultados que refletem diretamente na entrega do produto e na satisfação do usuário final.